FAROL DA BARRA
O Farol da Barra ou Farol de Santo Antônio localiza-se na antiga ponta do Padrão, atual Ponta de Santo Antônio, em Salvador, no litoral do estado da Bahia, no Brasil. O farol primitivo foi o segundo existente em todo o continente americano, antecedido somente pelo farol do antigo Palácio de Friburgo no Recife.
A torre atual, de 1839, é troncônica em alvenaria com lanterna e galeria, tem 22 metros de altura e foi pintada com bandas pretas e brancas. O farol está construído no interior do Forte de Santo Antônio da Barra.
História
No século XVII, o porto de Salvador era um dos mais movimentados e importantes do continente, e era preciso auxiliar as embarcações que chegavam à Baía de Todos-os-Santos traficando escravos negros ou em busca de pau-brasil e outras madeiras-de-lei, açúcar, algodão, tabaco e outros itens para abastecer o mercado consumidor europeu.
No fim desse século, após o trágico naufrágio do Galeão Santíssimo Sacramento, capitania da frota da Companhia Geral do Comércio do Brasil, num banco de areia frente à foz do rio Vermelho, a 5 de maio de 1668, o Forte de Santo Antônio da Barra foi reedificado a partir de 1696, durante o Governo Geral de João de Lencastre (1694-1702), vindo a receber um farol —um torreão quadrangular encimado por uma lanterna de bronze envidraçada, alimentada a óleo de baleia —, o segundo existente no Brasil e em todo o Continente (1698), antecedido somente pelo farol do antigo Palácio de Friburgo (1642) no Recife. Passou então a ser chamado de Vigia da Barra ou de Farol da Barra.
O diário de bordo do corsário inglês William Dampier, em 1699, relata: "A entrada da Baía de Todos os Santos é defendida pelo imponente Forte de Santo Antônio, cujos lampiões acesos e suspensos para orientação dos navios, vimos de noite."
O Decreto Regencial de 6 de julho de 1832 determinou a instalação de um farol mais moderno, fabricado na Inglaterra, em substituição ao antigo. Ao término das obras, inauguradas em 2 de dezembro de 1839, o novo
equipamento de luz catóptrico erguia-se sobre uma torre troncônica de alvenaria, com alcance de dezoito milhas náuticas com tempo claro.
Em 1937, o antigo sistema "Barbier" (incandescente a querosene) de iluminação foi substituído por luz elétrica, comemorando-se o primeiro centenário do farol a 2 de Dezembro de 1939. Atualmente o farol encontra-se consagrado como um dos ícones da capital baiana, inspirando artistas e poetas.
Visita ao Museu
O acervo do Museu Náutico é dividido em salas, separadas por temas: achados náuticos, coleção de miniaturas, instrumentos náuticos e réplicas de embarcações. .
Nele podemos ver réplicas das Naus portuguesas e Caravelas, que chegaram aqui na época do descobrimento. Há também miniaturas de embarcações dentro de garrafas, desde a Esquadra de Cabral até os mais recentes navios que foram importantes na história do Brasil.
Na sala da Cartográfica podemos ver diversos objetos, como: Capacete de Escafandro feito em bronze e vidro, um Sextante que é um objeto para medir a altura dos astros e ângulos horizontais, aparelhos lenticulares utilizados em faróis, uma Navisfera que é um instrumento utilizado para solução de problemas de navegação etc.
Capacete de Escafandro
Navisfera
Aparelhos Lenticulares
O naufrágio do galeão português Santíssimo Sacramento, capitânia da frota da Companhia Geral de Comércio do Brasil, é um dos principais temas do Museu. Na noite de 5 de maio de 1668, o galeão, com cerca de 500 toneladas, naufragou após chocar-se com um banco de areia, próximo ao Rio Vermelho. Morreram mais de 400 pessoas e sua valiosa carga afundou junto com a embarcação.
O alarme do naufrágio ocorreu com um tiro de canhão do Forte da Barra, conforme o protocolo da época.
Em 1976, organizou-se uma expedição para resgatar parte da carga e equipamentos do galeão. Parte desse acervo está exposto no Museu. Outra parte continua no sítio arqueológico submarino do Galeão Sacramento.
Visita ao Farol
Depois de conhecer o Museu podemos subir os 82 degraus, em uma escada helicoidal (caracol), e chegar ao topo do Farol. Durante a subida há vários cartazes falando a importância dos faróis, sobre o trabalho da marinha do Brasil etc.
Todos colocados em pontos estratégicos para que a subida ao topo seja mais fácil. No topo podemos ver o maquinário da lente do farol, um presente dos Franceses. Temos também uma vista de 360 graus da Barra e do Oceano Atlântico.
Este importante ponto histórico é rodeado por uma praia de águas mansas e quentinhas, lotada aos finais de semana. O entardecer é um dos momentos mais esperados do dia: o sol se esconde no horizonte e abre espaço para a noite em uma cena tão arrebatadora que arranca suspiros e aplausos de quem está por ali.
A praia termina na estátua do Cristo Redentor – local também conhecido como Morro do Cristo –, e a grande quantidade de ondas neste trecho a torna ideal para surfistas.